domingo, 7 de setembro de 2008

ARTICULAÇÕES

(Recreio Pingue-pongue - 2008 - foto de Ale Haro)
Tudo o que está em cena produz significado e dessa forma comunica algo. O figurino também não fica fora desse discurso. Cada peça, cada adereço, cada acabamento, cada material que compõe o todo da roupa/figurino está, o tempo todo, revelando algo: uma época, um conceito, uma busca ou a negação disso tudo.A principal preocupação do figurinista na cena contemporânea é saber como lidar com essa constatação e saber o que estará colocando sobre o corpo do ator/bailarino no espaço cênico criado sobre o cenário e sob a luz. Diálogos são estabelecidos. O corpo dialoga com a roupa, que dialoga com o cenário e que juntos dialogam com a luz e, em outra instância, com o tempo. Essa é uma comunicação necessária.O caminho da articulação das imagens instaura uma problemática: tudo é signo. A roupa é signo. A ausência dela também. A cor é signo. A textura. A forma. E tudo isso é posto em movimento através do corpo. Que corpo? Em qual discurso? Em qual linguagem? A estética do espetáculo está em sintonia com a roupa/figurino?Essas e outras constatações, que posteriormente publicarei aqui, são as que movem o processo criativo do meu trabalho, relações que, independente da estética ou linguagem propostas por um espetáculo, estarão sempre presentes na articulação de um figurinista no fazer teatral.

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